sábado, 2 de abril de 2022

Duvidas na leitura da Bíblia Sagrada.


Quem eram os publicanos da Bíblia? 

É provável que em todas as culturas através da História, desde os escribas do Egito antigo até os agentes da Receita Federal de hoje, os cobradores de impostos tenham recebido sempre uma boa dose de desprezo e escárnio. E a leitura do Novo Testamento indica que não foi diferente nos tempos de Jesus: os coletores de impostos, ou publicanos, eram desprezados pela população em geral.

Nos anos de Jesus, o Império Romano, muito próspero na conquista de outras terras e povos, terceirizava a coleta de impostos. Os responsáveis por essa ocupação foram chamados de publicani, ou publicanos. Os publicanos adiantavam dinheiro ao governo pelo direito de recolher impostos e, depois, recuperavam o investimento cobrando impostos da população – com juros, custos de coleta e uma porcentagem de lucro.

O ofício era dividido entre os chefes dos publicanos e os publicanos comuns, uma classe mais baixa de funcionários empregados na coleta de impostos para o Governo Romano. Zaqueu foi um ganancioso chefe dos publicanos, e Mateus, autor do Evangelho de Mateus e um dos doze discípulos de Jesus, foi um publicano comum.


Quem eram os fariseus e saduceus?

Os fariseus e saduceus eram dois partidos religiosos que interpretavam a Lei de Deus de forma diferente. Os fariseus eram judeus zelosos, com muitas regras, e os saduceus eram sacerdotes que tentavam incorporar ideias gregas no judaísmo. Jesus reprovou das práticas tanto dos fariseus como dos saduceus. Os fariseus e saduceus surgiram nos anos entre o retorno do exílio na Babilônia e a vida de Jesus.

Os fariseus eram um grupo de judeus muito religiosos, que se dedicavam a obedecer a toda a Lei de Deus e a interpretar corretamente as Escrituras (o que chamamos hoje de Velho Testamento). Eles também seguiam muitas tradições orais. Os fariseus acreditavam que para agradar a Deus cada pessoa tinha de obedecer fielmente a todas as regras das Escrituras e da tradição.

Os fariseus eram bem vistos pelo povo judeu por seu zelo em obedecer a Deus e porque não comprometiam seus valores para agradar outros. Os fariseus formaram as sinagogas, que foram o modelo para as igrejas atuais, para ensinar a Palavra de Deus ao povo. Eles acreditavam na ressurreição e aguardavam a vinda de um Salvador de Israel.

Jesus condenou os fariseus por sua hipocrisia (Mateus 23:27-28). Eles faziam muitas coisas só para manter as aparências e davam mais atenção à tradição oral que à Palavra de Deus. Muitos caíram no legalismo: obedecer a todas as regras se tornou mais importante que um coração sincero e arrependido. Jesus também condenou seu desprezo e sua falta de compaixão por todos que não conseguiam seguir seu alto padrão de vida.
Os saduceus

Os saduceus eram uma elite religiosa de sacerdotes. Eles controlavam tudo que acontecia no Templo e tinham grande influência política. O poder dos saduceus vinha de sua preocupação em manter boas relações com os invasores romanos.

Para os saduceus, só os primeiros cinco livros do Velho Testamento (conhecidos como a Torá ou o Pentateuco) tinham autoridade divina. Eles não focavam tanto em todas as regras dos fariseus e acreditavam que podiam incorporar ideais gregos no judaísmo. Os saduceus não se davam bem com os fariseus.

Jesus condenou os saduceus porque não acreditavam na ressurreição. Eles também ignoravam o mundo espiritual e muitas vezes se preocupavam mais com o poder político que com a obediência a Deus (Atos dos Apóstolos 23:8). Quando o Templo foi destruído os saduceus deixaram de existir.


Quem eram os escribas? 

Os escribas eram pessoas cuja profissão era escrever. Eles registravam e copiavam coisas importantes por escrito, como: documentos legais ou administrativos, registros históricos, informação comercial e as Escrituras. No Novo Testamento, os escribas também eram professores da lei judaica.

Antigamente, poucas pessoas sabiam ler e escrever. Mesmo entre quem sabia, livros e material de escrita eram muito caros e poucos tinham a oportunidade de praticar. Por isso, o escriba tinha uma função muito importante.

O trabalho do escriba era registrar por escrito tudo que fosse importante preservar. Assim, o escriba atuar em várias áreas diferentes. Ele podia ter a função de contabilista, mantendo registros de compras e vendas para comerciantes, construtoras ou serviços administrativos. Também poderia servir como historiador, escrevendo relatos dos momentos mais importantes de sua época ou de feitos dos reis.

Alguns escribas escreviam ficção ou registravam histórias populares. Além disso, muitos escribas tinham uma função religiosa, copiando textos religiosos com exatidão. Onde era preciso alguém que sabia escrever, ali o escriba encontrava trabalho.

Escribas na Bíblia

Várias partes da Bíblia provavelmente foram escritas por escribas. Dois escribas importantes mencionados na Bíblia são Baruque e Esdras. Baruque trabalhava para o profeta Jeremias, que ditava suas palavras de profecia para ele (Jeremias 36:32). Esdras era um sacerdote, escriba e doutor da Lei de Deus que voltou do exílio na Babilônia e liderou um avivamento religioso judaico (Esdras 7:6).

Além desses escribas, outros podem ter contribuído para a Bíblia. Vários dos livros históricos e/ou as fontes originais que foram usadas para escrevê-los provavelmente foram escritos por escribas. Outros profetas além de Jeremias podem ter contratado o serviço de escribas para registrar suas palavras.

No Novo Testamento, os escribas judeus eram também doutores, ou mestres, da Lei. Além de copiar os textos sagrados, eles se dedicavam à interpretação e aplicação da Lei de Moisés. Eles eram parecidos com professores de teologia. Os escribas ensinavam a Lei e sua interpretação aos outros judeus e eram muito respeitados por seu conhecimento.

Em várias ocasiões, Jesus repreendeu os escribas (mestres da lei) por seus ensinamentos errados (Mateus 23:13-15). Muitos escribas davam mais valor às regras da tradição do que às leis de Deus! Por causa disso, vários escribas se tornaram inimigos de Jesus e participaram da conspiração para matá-lo.


Quem eram os samaritanos?

Os samaritanos eram um grupo religioso que tinha conflito com os judeus no tempo de Jesus. Eles viviam na região de Samaria e misturavam o judaísmo com outras crenças. Jesus escandalizou muitos judeus porque não rejeitava os samaritanos.

Como surgiram os samaritanos?

Os samaritanos surgiram quando o povo de Israel se misturou com pessoas de outros povos e crenças.

Depois do reinado de Salomão, o povo de Israel se dividiu em duas nações: Israel e Judá (1 Reis 12:20). Em Judá o povo continuou a adorar a Deus em Jerusalém, mas em Israel o povo se virou para a idolatria e misturou a adoração a Deus com outras religiões. A capital do reino de Israel era Samaria.

Depois de muito tempo de idolatria, o reino de Israel foi conquistado pelo rei da Assíria. Muitos israelitas foram deportados para outras partes do império assírio e pessoas de outras nações conquistadas foram colocadas em Samaria (2 Reis 17:23-24). Os novos habitantes de Samaria aprenderam sobre Deus mas misturaram o judaísmo com a adoração de outros deuses. Os judeus que restaram em Samaria se misturaram com os novos habitantes e surgiram assim os samaritanos.

Os samaritanos seguiam uma forma modificada da Lei de Moisés. Eles acreditavam que o local correto de adoração a Deus era no monte Gerizim, em Samaria, não no templo de Jerusalém. Os judeus desprezavam os samaritanos, porque distorciam as Escrituras.

Jesus e os samaritanos

No tempo de Jesus, os judeus evitavam todo contato com os samaritanos, que consideravam impuros (João 4:9). Mas Jesus conversava com samaritanos e lhes proclamava o evangelho sem preconceito. Muitos samaritanos creram em Jesus (João 4:39-41).

Jesus explicou aos samaritanos que o importante não era o local de adoração a Deus. O mais importante era adorar a Deus em espírito e em verdade (João 4:21-24). Ele mostrou que o evangelho é para todos: judeus, samaritanos e pessoas de todos os povos e culturas.

Na parábola do bom samaritano, Jesus mostrou que devemos amar a todos, sem olhar as aparências. Na história, os “bons judeus” não ajudaram seu próximo que estava ferido mas o samaritano, que deveria ser seu inimigo, cuidou dele (Lucas 10:31-34).





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