sábado, 23 de abril de 2022

Luto: como é possível superar a dor?


O coração sente que falta algo, um espaço foi aberto.
Permita-se recomeçar.
A saudade ficará, a dor é grande, lágrimas voltarão.
O amor que você sente pela pessoa que se foi nunca se apagará. 
Este amor que você sente lhe dará forças para continuar sua vida e cuidar daqueles que também precisam do seu carinho, do seu abraço e da sua ternura.

CIC1055 - Em virtude da “comunhão dos santos”, a Igreja recomenda os defuntos à misericórdia de Deus e oferece em favor deles sufrágios (orações), particularmente o Santo Sacrifício Eucarístico (SANTA MISSA).

O sacrifício da Missa em sufrágio dos defuntos é oferecido para que Deus lhes perdoe os pecados, concedendo-lhes a paz beatificante.

É por isso que, ainda hoje, em todas as Orações Eucarísticas, temos o "momento dos mortos"; em que a Santa Missa é oferecida pela sua purificação. A Igreja ensina que no momento dos mortos se comemoram "todos os que, dentre nós, adormeceram nos anos passados. Acreditamos que será de grande utilidade para as almas, por quem a súplica é feita, no momento em que se realiza o Santo sacrifício".

O que a Igreja Católica Apostólica Romana ensina sobre a morte

Sabemos que o Magistério da Igreja extrai todo o ensinamento que dá aos fiéis, da Revelação Divina, que se compõe:

Tradição Apostolica (oral) - a Tradição oral ou simplesmente a Tradição, radicada essencialmente no testemunho dos Apóstolos à revelação de Jesus, aos quais Ele "deixou o encargo de levar o Evangelho da Salvação a todas as criaturas, testemunho depois assumido" e transmitido integralmente aos fiéis pelos bispos unidos com o Papa. A Tradição "conserva a Palavra de Deus, confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, e transmite-a integralmente aos seus sucessores" (os bispos unidos com o Papa), "para que eles, com a luz do Espírito Santo, fielmente a conservem, exponham e difundam na sua pregação"

Tradição Sagrada (escrita) - a Tradição escrita ou a Bíblia, que é o produto do registro escrito da Palavra de Deus, realizado pelos quatro evangelistas e outros escritores sagrados, sempre inspirados pelo Espírito Santo. Inicialmente, antes do seu registro escrito, a Palavra de Deus era apenas transmitida oralmente (Tradição oral). Para os católicos, a Bíblia é constituída por 73 livros, organizados no Antigo Testamento e no Novo Testamento (a palavra testamento significa, neste caso, aliança entre Deus e o homem)

É sobre essa Tradição (escrita e oral), com igual importância nas duas formas, que o Magistério assenta seus ensinamentos.

Por isso, nós devemos vivê-la compreendendo que um ciclo terreno termina e se inicia o tempo da glória, ao lado de Deus e de Sua corte celestial. "Eu sou a ressurreição e a vida", disse Jesus.

(João 11, 25-26)
"25.Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. 26.E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisso?”."

Catecismo da Igreja Católica

PRIMEIRA PARTE - SEGUNDA SEÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

OS SÍMBOLOS DA FÉ

CAPITULO III - ARTIGO 12 : "CREIO NA VIDA ETERNA"

1020 O cristão, que une sua própria morte à de Jesus, vê a morte como um caminhar ao seu encontro e uma entrada na Vida Eterna. Depois de a Igreja, pela última vez, pronunciar as palavras de perdão da absolvição de Cristo sobre o cristão moribundo, selá-lo pela última vez com uma unção fortificadora e dar-lhe o Cristo no viático como alimento para a Viagem, diz-lhe com doce segurança estas palavras:

Deixa este mundo, alma cristã, em nome do Pai Todo-Poderoso que te criou, em nome de Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, que sofreu por ti, em nome do Espírito Santo que foi derramado em ti. Toma teu lugar hoje na paz e fixa tua morada com Deus na santa Sião, com a Virgem Maria, a Mãe de Deus, com São José, os anjos e todos os santos de Deus. (…) Volta para junto de teu Criador, que te formou do pó da terra. Que na hora em que tua alma sair de teu corpo se apressem a teu encontro Maria, os anjos e todos os santos. (…) Que possas ver teu Redentor face a face (…).

(Sião - Novo Testamento a palavra refere-se ao reino espiritual de Deus. "Não chegamos ao monte Sinai, diz o apóstolo, mas ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial" (Hebreus 12:22).)

I. O Juízo Particular

1021 A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo. O Novo Testamento fala do juízo principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na segunda vinda deste, mas repetidas vezes afirma também a retribuição, imediatamente depois da morte, de cada um em função de suas obras e de sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de Cristo na cruz ao bom ladrão assim como outros textos do Novo Testamento, falam de um destino último da alma, pode ser diferente para uns e outros.

1022 Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre.

No entardecer de nossa vida, seremos julgados sobre o amor.

II. O Céu


1023 Os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque o vêem “tal como ele é” (1Jo 3,2), face a face (1Cor 13,12):

Com nossa autoridade apostólica definimos que, segundo a disposição geral de Deus, as almas de todos os santos mortos antes da Paixão de Cristo (…) e de todos os outros fiéis mortos depois de receberem o santo Batismo de Cristo, nos quais não houve nada a purificar quando morreram, (…) ou ainda, se houve ou há algo a purificar, quando, depois de sua morte, tiverem acabado de fazê-lo, (…) antes mesmo da ressurreição em seus corpos e do juízo geral, e isto desde a ascensão do Senhor e Salvador Jesus Cristo ao céu, estiveram, estão e estarão no Céu, no Reino dos Céus e no paraíso celeste com Cristo, admitidos na sociedade dos santos anjos. Desde a paixão e a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, viram e vêem a essência divina com uma visão intuitiva e até face a face, sem a mediação de nenhuma criatura.

1024 Essa vida perfeita com a Santíssima Trindade, essa comunhão de vida e de amor com ela, com a Virgem Maria, os anjos e todos os bem-aventurados, é denominada “o Céu”. O Céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva.

1025 Viver no Céu é “viver com Cristo”. Os eleitos vivem “nele”, mas lá conservam – ou melhor, lá encontram – sua verdadeira identidade, seu próprio nome.

Vita est enim esse cum Christo; ideo ubi Christus, ibi vita, ibi regnum – Vida é, de fato, estar com Cristo; aí onde está Cristo, aí está a Vida, aí está o Reino”.

1026 Por sua Morte e Ressurreição, Jesus Cristo nos “abriu” o Céu. A vida dos bem-aventurados consiste na posse em plenitude dos frutos da redenção operada por Cristo, que associou à sua glorificação celeste os que creram nele e que ficaram fiéis à sua vontade. O céu é a comunidade bem-aventurada de todos os que estão perfeitamente incorporados a Ele.

1027 Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação. A Escritura fala-nos dele em imagens: vida, luz, paz, festim de casamento, vinho do Reino, casa do Pai, Jerusalém celeste, Paraíso.

“O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1Cor 2,9).

1028 Em razão de sua transcendência, Deus só poder ser visto tal como é quando Ele mesmo abrir seu mistério à contemplação direta do homem e o capacitar para tanto. Esta contemplação de Deus em sua glória celeste é chamada pela Igreja de “visão beatifica”.

Qual não ser tua glória e tua felicidade: ser admitido a ver a Deus, ter a honra de participar das alegrias da salvação e da luz eterna na companhia de Cristo, o Senhor teu Deus (…) desfrutar no Reino dos Céus, na companhia dos justos e dos amigos de Deus, as alegrias da imortalidade adquirida.

1029 Na glória do Céu, os bem-aventurados continuam a cumprir com alegria a vontade de Deus em relação aos outros homens e à criação inteira. Já reinam com Cristo; com Ele:

“reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22,5).

III. A purificação final ou Purgatório

1030 Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.

1031 A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório, sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador:

No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem presente século nem no século futuro (Mt 12,32). 

Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro.

1032 Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: 

“Eis por que ele (Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado” (2Mc 12,46).

Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:

Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.

IV. O Inferno

1033 Não podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-lo. Mas não podemos amar a Deus se pecamos gravemente contra Ele, contra nosso próximo ou contra nós mesmos: 

“Aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é homicida; e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele” (1 Jo 3,14-15). 

Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves dos pobres e dos pequenos, que são seus irmãos, morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para sempre, por nossa própria opção livre. E é este estado de auto­-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra “inferno”.

1034 Jesus fala muitas vezes da “Geena”, do “fogo que não se apaga”, reservado aos que recusam até o fim de sua vida crer e converter-se, e no qual se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo. Jesus anuncia em termos graves que,

“enviar seus anjos, e eles erradicarão de seu Reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade, e os lançarão na fornalha ardente” (Mt 13,41-42);

e que pronunciar a condenação: 

“Afastai-vos de mim malditos, para o fogo eterno!” (Mt 25,41).

1035 O ensinamento da Igreja afirma a existência e a eternidade do inferno. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente após a morte aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, “o fogo eterno”. A pena principal do Inferno consiste na separação eterna de Deus, o Único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira.

1036 As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do Inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu destino eterno. Constituem também um apelo insistente à conversão:

“Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à vida. E poucos são os que o encontram” (Mt 7,13-14)

Como desconhecemos o dia e a hora, conforme a advertência do Senhor, vigiemos constantemente para que, terminado o único curso de nossa vida terrestre, possamos entrar com ele para as bodas e mereçamos ser contados entre os benditos, e não sejamos, como servos maus e preguiçosos, obrigados a ir para o fogo eterno, para as trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.

1037 Deus não predestina ninguém para o Inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até o fim. Na Liturgia Eucarística e nas orações cotidianas de seus fiéis, a Igreja implora a misericórdia de Deus, que quer:

“que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se” (2Pd 3,9):

Recebei, ó Pai, com bondade, a oferenda de vossos servos e de toda a vossa família; dai-nos sempre a vossa paz, livrai-nos da condenação e acolhei-nos entre os vossos eleitos.

V. O Juízo Final


1038 A ressurreição de todos os mortos, “dos justos e dos injustos” (At 24,15), antecederá o Juízo Final. 

Este será “a hora em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento” (Jo 5,28-29).

Então Cristo “virá em sua glória, e todos os anjos com Ele. (…) E serão reunidas em sua presença todas as nações, e Ele há de separar os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e por as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. (…) E irão estes para o castigo eterno, e os justos irão para a Vida Eterna” (Mt 25,31-33.46).

1039 É diante de Cristo – que é a Verdade – que será definitivamente desvendada a verdade sobre a relação de cada homem com Deus. O Juízo Final há de revelar até as últimas conseqüências o que um tiver feito de bem ou deixado de fazer durante sua vida terrestre:

Todo o mal que os maus praticam é registrado sem que o saibam. No dia em que “Deus não se calará” (Sl 50,3), voltar-se-á para os maus: 

“Eu havia”, dir-lhes-á, “colocado na terra meus pobrezinhos para vós. Eu, seu Chefe, reinava no céu à direita do meu Pai, mas na terra os meus membros passavam fome. Se tivésseis dado aos meus membros, vosso dom teria chegado até a Cabeça. Quando coloquei meus pobrezinhos na terra, os constituí meus tesoureiros para recolher vossas boas obras em meu tesouro; vós, porém, nada depositastes em suas mãos, razão por que nada possuís junto a mim”

1040 O Juízo Final acontecerá por ocasião da volta gloriosa de Cristo. Só o Pai conhece a hora e o dia desse Juízo, só Ele decide de seu advento. Por meio de seu Filho, Jesus Cristo, Ele pronunciará então sua palavra definitiva sobre toda a história. Conheceremos então o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais sua providência terá conduzido tudo para seu fim último. O Juízo Final revelará que a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor é mais forte que a morte.

1041 A mensagem do Juízo Final é apelo à conversão enquanto Deus ainda dá aos homens “o tempo favorável, o tempo da salvação” (2Cor 6,2). O Juízo Final inspira o santo temor de Deus. Compromete com a justiça do Reino de Deus. Anuncia a “bem-aventurada esperança” (Tt 2,13) da volta do Senhor, que “virá para ser glorificado na pessoa de seus santos e para ser admirado na pessoa de todos aqueles que creram (2Ts 1,10).

VI. A esperança dos céus novos e da terra nova

1042 No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado:

Então a Igreja será “consumada na glória celeste, quando chegar o tempo da restauração de todas as coisas, e com o gênero humano também o mundo todo, que está intimamente ligado ao homem e por meio dele atinge sua finalidade, encontrará sua restauração definitiva em Cristo”

1043 Esta renovação misteriosa, que há de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura a chama de “céus novos e terra nova” (2Pd 3,13). Ser a realização definitiva do projeto de Deus de “reunir, sob um só chefe, Cristo, todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra” (Ef 1,10).

1044 Neste “universo novo”, a Jerusalém celeste, Deus terá sua morada entre os homens. “Enxugará toda lágrima de seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram!” (Ap 21,4).

1045 Para o homem, esta consumação será a realização última da unidade do gênero humano, querida por Deus desde a criação e da qual a Igreja peregrinante era “como o sacramento”. Os que estiverem unidos a Cristo formarão a comunidade dos remidos, a cidade santa de Deus (Ap 21,2), “a Esposa do Cordeiro” (Ap 21,9). Esta não será mais ferida pelo pecado, pelas impurezas, pelo amor-próprio, que destroem ou ferem a comunidade terrestre dos homens. A visão beatífica, na qual Deus se revelará de maneira inesgotável aos eleitos, será a fonte inexaurível de felicidade, de paz e de comunhão mútua.

1046 Quanto ao cosmos, a Revelação afirma a profunda comunidade de destino do mundo material e do homem:

Pois a criação em expectativa anseia pela revelação dos filhos de Deus (…) na esperança de ela também ser libertada da escravidão da corrupção (…). Pois sabemos que a criação inteira geme e sofre as dores de parto até o presente. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos interiormente, suspirando pela redenção de nosso corpo (Rm 8,19-23).

1047 Também o universo visível está, portanto, destinado a ser transformado, “a fim de que o próprio mundo, restaurado em seu primeiro estado, esteja, sem mais nenhum obstáculo, a serviço dos justos”, participando de sua glorificação em Cristo ressuscitado.

1048 “Ignoramos o tempo da consumação da terra e da humanidade e desconhecemos a maneira de transformação do universo. Passa certamente a figura deste mundo deformada pelo pecado, mas aprendemos que Deus prepara uma nova morada e nova terra. Nela reinará a justiça, e sua felicidade irá satisfazer á e superar todos os desejos de paz que sobem aos corações dos homens.”

1049 “Contudo, a expectativa de uma terra nova, longe de atenuar, deve impulsionar em vós a solicitude pelo aprimoramento desta terra. Nela cresce o corpo da nova família humana que já pode apresentar algum esboço do novo século. Por isso, ainda que o progresso terrestre se deva distinguir cuidadosamente do aumento do Reino de Cristo, ele é de grande interesse para o Reino de Deus, na medida em que pode contribuir para melhor organizar a sociedade humana. “

1050 “Com efeito, depois que propagarmos na terra, no Espírito do Senhor e por ordem sua, os valores da dignidade humana, da humanidade fraterna e da liberdade, todos estes bons frutos da natureza e de nosso trabalho, nós os encontraremos novamente, limpos, contudo, de toda impureza, iluminados e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o reino eterno e universal. Deus será, então, “tudo em todos” (1 Cor 15,28), na Vida Eterna:

A vida, em sua própria realidade e verdade, é o Pai que, pelo Filho e no Espírito Santo, derrama sobre todos, sem exceção, dons celestes. Graças à sua misericórdia também nós, os homens, recebemos a promessa indefectível (certa) da Vida Eterna.

RESUMINDO

1051 Cada homem, em sua alma imortal, recebe sua retribuição eterna a partir de sua morte, em um Juízo Particular feito por Cristo, juiz dos vivos e dos mortos.

1052 “Cremos que as almas de todos os que morrem na graça de Cristo constituem o povo de Deus para além da morte, a qual será definitivamente vencida no dia da ressurreição, quando essas almas serão novamente unidas a seus corpos.”

1053 “Cremos que a multidão daquelas que estão reunidas em torno de Jesus e de Maria no paraíso forma a Igreja do Céu, onde na beatitude eterna vêem a Deus tal como Ele é, e onde estão também, em graus diversos, associadas com os santos anjos ao governo divino exercido pelo Cristo na glória, intercedendo por nós e ajudando nossa fraqueza por sua solicitude fraterna.”

1054 Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão totalmente purificados, embora seguros de sua salvação eterna, passam depois de sua morte por uma purificação, afim de obter a santidade necessária para entrar na alegria de Deus.

1055 Em virtude da “comunhão dos santos”, a Igreja recomenda os defuntos à misericórdia de Deus e oferece em favor deles sufrágios (orações), particularmente o Santo Sacrifício Eucarístico (SANTA MISSA).

O sacrifício da Missa em sufrágio dos defuntos é oferecido para que Deus lhes perdoe os pecados, concedendo-lhes a paz beatificante.

É por isso que, ainda hoje, em todas as Orações Eucarísticas, temos o "momento dos mortos"; em que a Santa Missa é oferecida pela sua purificação. A Igreja ensina que no momento dos mortos se comemoram "todos os que, dentre nós, adormeceram nos anos passados. Acreditamos que será de grande utilidade para as almas, por quem a súplica é feita, no momento em que se realiza o Santo sacrifício".

1056 Seguindo o exemplo de Cristo, a Igreja adverte os fiéis acerca da “triste e lamentável realidade da morte eterna, denominada também de “inferno”.

1057 A pena principal do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira.

1058 A Igreja ora para que ninguém se perca: “Senhor, não permitais que eu jamais seja separado de vós” Se é verdade que ninguém pode salvar-se a si mesmo, também é verdade que “Deus quer que todos sejam salvos” (1 Tm 2,4), e que para Ele “tudo é possível” (Mt 10,26).

1059 “A Santíssima Igreja Romana crê e confessa firmemente que no dia do juízo todos os homens comparecerão com seu próprio corpo diante do tribunal de Cristo para dar contas de seus próprios atos.”

1060 No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua plenitude. Então, os justos reinarão com Cristo para sempre, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo material será transformado. Então Deus será “tudo em todos” (1 Cor 15,28), na Vida Eterna.

É importante que o leitor entenda que a Palavra de Deus não é a Bíblia, mas a Bíblia é a Palavra de Deus, porque ela é infalivelmente inspirada. Talvez assuste ouvir isso, mas essa é uma premissa fundamental para entender a fé da Igreja. A Palavra de Deus é o Verbo eterno do Pai que Se encarnou no ventre da Virgem Maria. Portanto, a Palavra eterna é Pessoa Divina e por mais sagrado e inspirado que seja um livro, ele não pode conter toda a Palavra.

Por isso mesmo que no final do seu evangelho São João afirma:

“Jesus fez muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever” (Jo 21, 25).


Então, muitas coisas que Jesus ensinou não foram escritas, mas foram ensinadas e vividas; e essas coisas constituem a Tradição da Igreja.


Por isso diz o Catecismo da Igreja Católica:


"Todavia, a fé cristã não é uma ‘religião do Livro’. O cristianismo é a religião da Palavra de Deus, ‘não de um verbo escrito e mudo, mas do Verbo encarnado e vivo’. Para que as Escrituras não permaneçam letra morta, é preciso que Cristo, Palavra eterna de Deus vivo, pelo Espírito Santo nos 'abra o espírito à compreensão das Escrituras' Lc 24, 45” (CIgC 108)."


Por que se rezam Missas pelos fiéis defuntos?

IGMR Nº 379
Capítulo VIII: Missas e Orações para diversas circunstâncias e missas de defuntos, Instrução Geral do Missal Romano - IGMR.



II. Missas de defuntos (
Missa de Réquiem )

(Réquiem é um tipo de missa especial celebrada pelas igrejas cristãs em homenagem aos mortos.)

379. A Igreja oferece pelos defuntos o sacrifício eucarístico da Páscoa de Cristo, a fim de que, pela mútua comunhão entre todos os membros do Corpo de Cristo, se alcance para uns o auxílio espiritual e para outros consolação e esperança.

380. Entre as Missas de defuntos está em primeiro lugar a Missa exequia
l (são ritos e orações com os quais a comunidade cristã acompanha seus mortos e os encomenda a Deus), que pode celebrar-se todos os dias, exceto nas solenidades de preceito, na Quinta-Feira da Semana Santa, no Tríduo Pascal e nos domingos do Advento, Quaresma e Tempo Pascal, observando, além disso, o que deve ser observado segundo as normas do direito.

381. A Missa de defuntos «depois de recebida a notícia da morte» de uma pessoa, ou no dia da sepultura definitiva ou no primeiro aniversário, pode celebrar-se também nos dias dentro da Oitava do Natal, nos dias em que ocorre uma memória obrigatória ou uma féria, que não seja Quarta-Feira de Cinzas nem Semana Santa. 

As outras Missas de defuntos, isto é, as Missas «quotidianas», podem celebrar-se nos dias feriais do Tempo Comum em que ocorre uma memória facultativa ou se diz o Ofício da féria, contanto que sejam efetivamente aplicadas pelos defuntos.

A Missa

A Missa é o ato de culto mais importante que existe na face da Terra. Ela é, portanto, aquilo que há de mais importante. É da Santa Missa que nos vêm todas as graças que recebemos. A Santa Missa é a renovação incruenta —sem sangue nem qualquer outro tipo de sofrimento —do Sacrifício do Calvário.

Na cruz, Nosso Senhor Jesus Cristo se ofereceu em sacrifício à Santíssima Trindade. E esse sacrifício tem um valor infinito, pois Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. No sacrifício da cruz, Nosso Senhor era sacerdote e vítima. Sacerdote sem mácula, infinitamente santo, mediador perfeito entre Deus e os homens. Vítima também perfeita, obedecendo até a morte e morte de cruz para nos salvar. 

Na cruz, Cristo adorou perfeitamente à Santíssima Trindade. 
Na cruz, Cristo realizou uma ação de graças perfeita à Santíssima Trindade. 
Na cruz, Cristo obteve para nós o perdão dos nossos pecados, satisfazendo por eles com seus sofrimentos, mas sobretudo com sua caridade perfeita para com Deus e para com os homens. 
Na Cruz, Cristo nos alcançou da Santíssima Trindade, com seu mérito sem medida, todas as graças que precisamos para nos salvar.

É pela Missa que podemos nos unir ao Sacrifício de Cristo no Calvário, pois a Missa é a renovação desse único e definitivo sacrifício. Tudo o que Cristo fez na cruz nos é aplicado pela Santa Missa. 

O sacrifício de Cristo na Missa é renovado no momento da consagração, momento mais importante da Missa. 

É pela Santa Missa, portanto, que podemos adorar a Deus perfeitamente. 
É por ela que podemos agradecer a Deus perfeitamente por todos os benefícios que nos faz com sua caridade infinita. 
É por ela que podemos pedir e obter todas as graças que precisamos para nos salvar. 
É por ela que alcançamos o arrependimento dos nossos pecados e somos levados à confissão.

A Santa Missa tem um valor infinito. 

É graças à Santa Missa que podemos ir para o céu. 

Que devoção devemos ter pela Santa Missa! 
Podemos, assim, compreender porque a Igreja nos pede para ir à Santa Missa todos os domingos sob pena de falta grave. Não deixemos jamais de assistir à Missa sem ter uma causa grave para tanto. 
Ela é o ato de culto mais perfeito e mais agradável que podemos oferecer a Deus e é o ato que mais nos traz benefícios. 
Para assistir à Missa com frutos, isto é, para agradar verdadeiramente a Deus e obter tantas graças e o arrependimento de nossos pecados, devemos nos oferecer nós mesmos inteiramente a Nosso Senhor pelas mãos de Maria Santíssima.

Devemos oferecer todos os nossos sofrimentos e alegrias, nossa inteligência, nossa vontade, tudo. Eis a união perfeita ao Sacrifício de nosso Salvador. E na Missa, devemos pedir não só por nós, mas também pela conversão dos pecadores, pela perseverança dos justos e pelo alívio das almas do purgatório. 

A verdadeira participação na Missa consiste não em falar o tempo todo, bater palmas ou outras atividades exteriores, mas sim em oferecer-se inteiramente a Deus, unindo-se ao Sacrifício de Cristo renovado sobre o altar, imitando o exemplo de Nossa Senhora no Calvário.


As 7 dores de Nossa Senhora


MARIA, “A MÃE DE JESUS ESTAVA JUNTO À CRUZ” (Jo 19,25)


A quaresma é um tempo forte de oração, para alcançarmos a conversão e a Vida Nova em Cristo. De maneira especial de mergulharmos no Mistério da Paixão do Senhor. Vamos rezar com Nossa Senhora as dores da Paixão, pois ela é co-redentora no mistério da Salvação. Costuma a piedade cristã venerar as 7 (sete) dores de Maria Santíssima, que são:

​1. A profecia de Simeão sobre Jesus. (Lc 2, 34-35)

2. A perseguição de Herodes e a fuga da Sagrada Família para o Egito. (Mt 2, 13-21)

3. A perda do Menino Jesus no Templo de Jerusalém durante três dias. (Lc 2, 41-51)

4. O encontro admirável de Maria com Seu Filho Jesus carregando a Cruz, no caminho para o Calvário. (Lc 2, 41-51)

5. Maria observando o sofrimento e a morte de Jesus na cruz. (Jo 19, 25-27)

6. Maria recebe em seus braços o corpo do seu filho morto tirado da cruz. (Mt 27, 55-61)

7. Maria observa quando depositaram o corpo de Jesus no sepulcro, ficando Ela em triste solidão. (Lc 23, 55-56)

QUARTA DOR – JESUS ENCONTRA SUA MÃE NO CAMINHO PARA O CALVÁRIO

Amados filhos, contemplai e vede se há dor semelhante a esta minha, quando me encontrei com meu divino Filho no caminho do Calvário, carregando uma pesada cruz e insultado como se fosse um criminoso.

'É preciso que o Filho de Deus seja esmagado para abrir as portas da mansão da paz!' Lembrei-Me de suas palavras e aceitei a vontade do Altíssimo, que sempre foi a minha força em horas tão cruéis como esta.

Ao encontrá-lo, seus olhos me fitaram e me fizeram compreender a dor de sua alma. Não pôde Me dizer palavra, porém me fizeram compreender que era necessário que unisse a minha à Sua grande dor. Amados meus, a união de nossa grande dor neste encontro tem sido a força de tantos mártires e de tantas mães aflitas!

Almas que temeis o sacrifício, aprendei aqui neste encontro a submeter-vos à vontade de Deus, como Eu e meu Filho nos submetemos! Aprendei a calar-vos nos vossos sofrimentos. No nosso silêncio, nesta dor imensa armazenamos para vós riquezas imensuráveis! As vossas almas hão de sentir a eficácia desta riqueza na hora em que, abatidos pela dor, recorrerdes a Mim, fazendo a meditação deste encontro dolorosíssimo. O valor do nosso silêncio se converte em força para as almas aflitas, quando nas horas difíceis souberem recorrer à meditação desta dor.

Amados filhos, como é precioso o silêncio nas horas de sofrimentos! Há almas que não sabem sofrer uma dor física, uma tortura de alma em silêncio; desejam logo contá-la para que todos o lastimem! Meu Filho e Eu tudo suportamos em silêncio por amor a Deus!

Almas queridas, a dor humilha e é na santa humildade que Deus edifica! Sem a humildade, trabalhareis em vão; vede pois como a dor é necessária para a vossa santificação.

Aprendei a sofrer em silêncio, como Eu e Jesus sofremos neste doloroso encontro no caminho do Calvário.





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