sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Dons Carismáticos (Dons Efusos) - DOM DE LINGUAS


Dom de Línguas

O Dom de Línguas é um dom de oração (pessoal e comunitário), que se segue imediatamente ao derramamento do Espírito Santo em Pentecostes (At 2, 1-4). Foi a primeira manifestação do Espírito Santo: “Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo concedia-lhes que falassem”.

“Estando Pedro ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a (santa) palavra. Os fiéis da circuncisão profundamente se admiravam, vendo que o dom do Espírito Santo era derramado também sobre os pagãos, pois eles os ouviram falar em outras línguas e a glorificar a Deus” (At 10, 6s).

“E quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles e falavam em línguas estranhas e profetizavam” (At 19, 6s). Nas passagens acima, observamos que o dom de línguas foi a primeira manifestação da efusão do Espírito Santo, não só sobre os apóstolos e Maria, mas também para todos aqueles que desejam viver uma vida em comunhão com Deus.

O dom de línguas é entendido e experimentado por aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito. Através do dom de línguas, “palavras incompreensíveis que não são minhas, palavras escolhidas e formuladas pelo Espírito Santo, dão a Jesus o louvor que Ele merece, e do qual eu mesmo sou incapaz” (I Cor 14, 9). Temos dificuldades em aceitar tudo o que não provém da razão. Mas na medida em que cedemos ao dom, e abrimos o coração e a mente, as dificuldades vão desaparecendo.

No entanto, ao orarmos com esses sons ininteligíveis não deixamos de estar conscientes. Sabemos perfeitamente o que estamos fazendo, pois oramos com a nossa língua e com a nossa vontade, por isso somos livres para começar e terminar quando queremos. Oramos naturalmente, da mesma forma que fazemos nossas orações mentais e vocais. A única diferença é que quem realiza todo o trabalho é o Espírito Santo, o autor responsável por tomar nossa oração agradável a Deus, atingindo e penetrando o seu coração.


O Espírito Santo socorre a nossa debilidade de orar

Ao começarmos a orar, não sabemos como devemos pedir ou o que dizer a Deus. Nossa cabeça está tão cheia de preocupações, ideias, afazeres, e nosso coração está tão agitado que ficamos “sem assunto diante de Deus”, ou nosso espírito está indisposto diante de Deus, não consegue se entregar inteiramente e então a oração é ineficaz. O Espírito Santo vem em nosso auxílio à nossa fraqueza e intercede por nós com gemidos inefáveis. O próprio Espírito Santo que habita em nós, ora em nós e nos auxilia para orarmos e pedirmos o que necessitamos segundo a vontade de Deus.

Através do dom de línguas, o próprio Deus ora em nós e por nós. É um dom que edifica o homem interiormente. O Espírito refaz o ser de quem ora, Ele não se limita a nos ensinar a orar, mas Ele próprio ora em nós, Ele não se limita a nos dizer o que devemos fazer, mas fá-lo conosco. O Espírito não promulga uma lei de oração, mas confere um graça de oração. O dom de línguas nos leva a descansar nas mãos da divina providência. Torna o homem interior livre, suas palavras coincidem com o que se passa no mais íntimo do seu coração, ele está inteiramente em Deus e ambos se compreendem e se unem.

São Paulo nos revela que “aquele que ora em línguas não fala aos homens, e sim a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob ação do Espírito Santo” (I Cor 14, 2). Sendo um dom de oração, é um canal aberto para um relacionamento pessoal afetivo com Deus, acontece uma união mais estreita com o Espírito Santo. Abre-se o diálogo do homem com seu criador. Através desta união tão íntima entre os filhos e o Pai celeste, é manifestada na alma dos filhos um progresso espiritual, um avanço no caminho da santidade.


Dom de falar em línguas

“Falar em línguas” significa proclamar uma mensagem de Deus, numa linguagem desconhecida, em nome de Deus para uma assembleia através de línguas estranhas. É semelhante e equivalente à profecia. Todavia é uma fala em voz alta, isoladamente, e sob a unção do Espírito Santo. Quando se “fala em línguas”, um membro do grupo recebe o dom de interpretação de línguas, e comunica a mensagem à assembleia. “Falar em línguas” é um dom transitório, não permanente.


Dom de interpretação das línguas

Manifesta-se na assembleia reunida em oração e louvor a Deus. É um dom do Espírito à sua Igreja. Não é um dom de tradução, como se alguém traduzisse uma língua convencional. Trata-se de um impulso, de uma unção espiritual para tornar compreensível aos membros da comunidade a mensagem do Senhor que lhe chega em línguas.

O dom de interpretação das línguas é uma ação de Deus pela qual a pessoa proclama a mensagem de Deus. É semelhante e equivalente à profecia. Vem sempre depois do dom de falar em línguas, que é uma mensagem em línguas. Devemos pedir este dom de forma frequente na oração pessoal e comunitária, por ser um dom do Espírito, devemos tê-lo também em abundância, para a edificação da Igreja (I Cor 14,2).

O intérprete, após a mensagem proclamada em línguas, sente-se movido a exprimir em palavras normais, convencionais, inteligíveis por todos uma mensagem que lhe vem do Senhor, mas endereçada a todos, para a edificação da comunidade reunida. A interpretação em línguas deve ser concisa, interpretando com clareza a mensagem do Senhor.

Quem tem o dom da interpretação percebe com clareza que as palavras lhe vêm a mente de forma abundante, e deve dizer o que o Senhor lhe inspira. Quanto mais se habitua, mais facilmente identifica o modo de como o Senhor lhe “dita” as palavras. Ele deve falar sempre na primeira pessoa, como se falasse o próprio Senhor. Jesus não quer que simplesmente se narre a sua mensagem, mas que pronuncie a mensagem em seu próprio nome empregando-se a primeira pessoa.


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